O
utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill
Contexto histórico:
O pensamento
utilitarista nasceu na Inglaterra do século XIX, onde florescia o capitalismo
industrial, que prometia, pelo avanço da tecnologia, o conforto e o bem-estar.
Na realidade, a
revolução industrial trouxe uma enorme discrepância entre riqueza e
pobreza. Diante dessa desigualdade
social e econômica o pensamento utilitarista procurava uma solução. A qual
seria: Estender a promessa dos
progressos, e todos aqueles
benefícios prometidos pela revolução industrial, para o maior número de
pessoas.
Quem foi Jeremy Bentham:
O criador do pensamento utilitarista foi Jeremy Bentham (1748-1832)
filósofo e jurista
inglês.
Aos 41 anos de idade, Jeremy Bentham
era um dos maiores gênios de toda a história humana quando publicou “Uma Introdução aos Princípios da Moral e da
Legislação”. Essa, uma das maiores obras da humanidade, foi eclipsada
(ocultada) porque o ano era 1789 e em 14 de julho eclodiu a Revolução Francesa,
cujas ideias simples de liberdade, igualdade e fraternidade, contagiaram todo
mundo. Na urgência de mudanças por que passou o mundo, não havia espaço para
uma análise tão profunda e perfeita do funcionamento da sociedade humana
visando seu aperfeiçoamento.
O divulgador do pensamento utilitarista:
O grande divulgador
do pensamento utilitarista foi John
Stuart Mill (1806-1873). Atento ao sofrimento das massas oprimidas, Stuart
Mill defendeu a coparticipação de operários na indústria, bem como a
representação proporcional na política, a fim de permitir a expressão de
opiniões minoritárias. Acirrado defensor da absoluta liberdade de expressão, do
pluralismo e da diversidade, valorizou o debate de teorias conflitantes. Sob a
influência de sua mulher, Harriet Taylor, feminista e socialista, participou da
fundação da primeira sociedade defensora do direito de voto para as mulheres.
O
princípio do utilitarismo:
Do ponto de vista
moral (do comportamento humano), ao destacar a busca do prazer e tomar o
“princípio da utilidade” como critério para avaliar o ato moral, conclui-se que o bem é o que possibilita a
felicidade e reduz a dor e o sofrimento. No entanto, esse bem deve
beneficiar o maior número de pessoas.
Pode-se dizer que
essa ideia se trata de uma forma atualizada do hedonismo grego (busca do prazer
individual), na medida em que destaca a busca do prazer, só que agora com ênfase no caráter social.
O utilitarismo
criticava o egoísmo que
prevalecia na sociedade liberal capitalista e defendia que: “uma ação é
correta na medida em que tende a promover a felicidade, e errada quando tende a
gerar o oposto da felicidade (...)”. Bentham acreditava que a “Natureza
nos deu dois senhores soberanos, o prazer e a dor”, ou seja, que buscar o
prazer e evitar a dor são as únicas forças motivadoras do ser humano. Com base
nisso, afirmou que a moralidade de uma ação é função da sua tendência a
promover prazer ou dor. A isso chamou princípio de utilidade. Assim, a coisa
moralmente certa a fazer, e a política social ou legal (das leis) moralmente
apropriada a se adotar, é sempre tudo o que ofereça o maior saldo de prazer
sobre a dor para a população como um todo.
Para
os utilitaristas, o homem é um ser que só é livre quando se desenvolve
intelectualmente e é capaz de fazer escolhas morais que gerem o bem e a
felicidade para o maior número de pessoas, diferentemente dos preceitos de
Locke, que afirmava a liberdade do homem com base na natureza.
O cidadão, o indivíduo, segundo Bentham, deveria obedecer ao Estado na
medida em que a obediência contribui mais para a felicidade geral do que a
desobediência. A felicidade geral, ou o interesse da comunidade em geral, deve
ser entendido como o resultado de um cálculo hedonístico, isto é, a soma do bem
comum e das dores dos indivíduos. Assim, Bentham substitui a teoria do direito
natural pela teoria da utilidade.
O valor de um
prazer ou de uma dor deve ser considerado com intenção de avaliar a tendência
de qualquer ato pelo qual o prazer ou a dor são produzidos, é necessário tomar
em consideração outras duas circunstâncias, são elas:
·
A
sua fecundidade: a possibilidade que o prazer ou a
dor têm de serem seguidos por sensações da mesma espécie, isto é, de prazer,
quando se tratar de um prazer, ou de dor, em se tratando de uma dor.
·
A
sua pureza: a probabilidade que o prazer e a dor têm de
não serem seguidos
por sensações do tipo contrário, isto é, de dores no caso de um prazer, e de prazeres, em se tratando de uma dor.
por sensações do tipo contrário, isto é, de dores no caso de um prazer, e de prazeres, em se tratando de uma dor.
Vejamos
um trecho da obra de John Stuart Mill:
“O credo
que aceita como fundamento da moral o Útil ou Princípio de Máxima da Felicidade
considera que uma ação é correta na medida em que tende a promover a
felicidade, e errada quando tende a gerar o oposto da felicidade. Por
felicidade entende-se o prazer e ausência da dor; por infelicidade, dor, ou
privação de prazer. Para proporcionar uma visão mais clara do padrão moral
estabelecido, por essa teoria, é preciso dizer muito mais; em particular, o que
as ideias de dor e prazer incluem e até que ponto essa questão fica em aberto”.
Leia também um trecho do
pensamento de Jeremy Bentham:
I. [...] Prazeres e dores são instrumentos com os quais o
legislador tem de trabalhar: é necessário, assim, que ele compreenda sua força,
o que significa, novamente, conhecer seu valor.
II. Para um indivíduo considerando a si mesmo, o valor do prazer
ou da dor considerados em si mesmos será maior ou menor, de acordo com as
seguintes quatro circunstâncias:
1. Sua intensidade. (muito/pouco, forte/fraco)
2. Sua duração. (perdurará por muito tempo ou é passageiro)
3. Sua certeza ou
incerteza. (é
certo que irá acontecer ou incerto)
4. Sua proximidade ou
distanciamento.
(acontecerá logo ou ainda vai demorar)
III. Essas são as circunstâncias que devem ser levadas em conta
quando se estima prazer ou dor considerados em si mesmos separadamente. Mas
quando o valor de um prazer ou uma dor é considerado com o propósito de estimar
a tendência de qualquer ato pelo qual é produzido, existem duas outras
circunstâncias que devem ser observadas.
São elas:
5. Sua fecundidade, ou a
possibilidade de ser seguida por sensações do mesmo tipo, ou seja,
prazeres, no caso de um prazer, dores, no caso de uma dor.
6. Sua pureza, ou a
possibilidade de não ser seguida por sensações do tipo oposto, ou seja,
dores no caso de um prazer, prazeres, no caso de uma dor.
Bastante
aceito no século XIX, o utilitarismo suscitou inúmeras controvérsias. Uma delas
seria o critério para decidir quais são os prazeres superiores, quais devem ser
desprezados e como conciliar o interesse pessoal com o coletivo.
Em
resumo:
- O utilitarismo é uma corrente do
pensamento filosófico ligado à ética e a moral, pois busca definir a conduta
humana pautada no prazer.
- Surgiu no século XIX, com o objetivo
de realizar uma crítica ao capitalismo e suas consequências como a desigualdade
e a exclusão.
- Resgata o pensamento hedonista,
porém com um aspecto mais amplo, pois aplica-se ao coletivo.
- O bem é o que possibilita a felicidade e reduz
a dor e o sofrimento. Porém, esse bem, deve beneficiar o maior número de
pessoas.
Questões para reflexão:
1- Quem foram os dois filósofos que desenvolveram a teoria utilitarista e qual o contexto histórico que ela foi pensada?
2- Qual a relação entre o hedonismo e o utilitarismo?
3- Sintetize em poucas palavras a ideia central do utilitarismo.
4- Agora pense e registre em seu caderno:
Um desejo que você tenha, (por exemplo: fazer uma faculdade)
Como é a intensidade desse desejo?
Por quanto tempo ele pode durar?
É certeza concretizar esse desejo ou não?
Está próximo para acontecer?
Sua fecundidade?
Sua Pureza?
Pessoas que serão beneficiadas e por quê?
Pessoas que serão prejudicadas e por quê?
Referência:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda;
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à filosofia. Volume
único; 6º Ed, Moderna: São Paulo, 2016 (p. 215-216).
BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da
legislação. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2932>.
Acesso em: 29 maio 2013. Tradução Eloisa Pires. In. Material de apoio ao
currículo do Estado e São Paulo – Filosofia – Caderno do Aluno – 2 Ano – Ensino
Médio - 2014 – 2017 – p.52
LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar
– Filosofia. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. 3ª ed. Rio de janeiro:
Zahar. 2011.
STUART MILL, John. O utilitarismo. In MARCONDES.
Danilo. Texto básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2007. p.129.
Imagem 1: Revolução industrial inglesa Disponível
em:https://historialiberta.com.br/historia-da-europa/a-revolucao-industrial-inglesa/
acessado em 20/05/2020 às 17h00
Imagem 2:
Jeremy Bentham Disponível em: https://zenemiblog.wordpress.com/2017/10/02/teoria-da-utilidade-bentham-say-e-senior/ acessado em 20/05/2020
às 18h00
Imagem 3:
John Stuart Mill e Harriet Disponível em: http://178.62.201.127/noticia/john-stuart-mill-y-su-esposa-harriet-del-liberalismo-la-socialdemocracia
acessado em 20/05/2020 às 19h00
NOME: Ana Vitória da Silva Riserio Santos
ResponderExcluirQuestão:1 os filósofos foram Jeremy bentham e John Stuart O pensamento utilitarista nasceu na Inglaterra do século xix, onde floriscia a capitalismo industrial que prometia pela avanço da tecnologia a conforta e o bem estar
Nome: Vitor Gabriel Ching Alves
ResponderExcluirQuestão 3: Conduta do bem para o coletivo.
Nome: Geovany Felipe dos Santos
ResponderExcluirutilitarismo dos atos – Que é a ideia de que uma ação é correta se, e só se, promover a maior felicidade para o maior número. Coletivismo.
O utilitarismo das regras – Concorda com a ideia anterior, mas acrescenta que, precisamos de regras práticas porque não podemos estar o tempo todo fazendo cálculos. A observação sustenta que nem sempre dispomos de tempo para pensar na melhor maneira de agir para causar o bem para um número significativo de pessoas. Essa explanação sobre tais diferenças foi apresentada no século XX pelo filósofo britânico R.M Hare.
Questão 2
ExcluirNomeONome: Rafael Silva Araújo. O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista, lembrando ser esta uma visão apenas teórica. O hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
ResponderExcluirNome: Pedro Henrique Martins do Nascimento
ResponderExcluirQuestão 2
Resposta: O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista,o hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente
Nome: Maurício Gonçalves Carvalho Neto
ResponderExcluirQuestão 2
R: O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista,o hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
R:
Nome: Daniel Cauã Alves Ferreira
ResponderExcluirQuestão:1 os filósofos foram Jeremy bentham e John Stuart O pensamento utilitarista nasceu na Inglaterra do século xix, onde floriscia a capitalismo industrial que prometia pela avanço da tecnologia a conforta e o bem estar
Nome: kauan alves gonzaga
ResponderExcluirQuestão 2: O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista, lembrando ser esta uma visão apenas teórica. O hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
Kauê de Macedo Mendes
ResponderExcluirQuestão 03
Agir de forma que garanta o bem-estsr de todos
Lucas bicudo fernandes questao 3 o objetivo da ação moral deve ser o bem estar de todos niveis , intelectual,físico e moral
ResponderExcluirNome: Guilherme Paes dos Santos
ResponderExcluirQuestão 2
Resposta: O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista,o hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
Nome: thacyane kassia Silva galdino
ResponderExcluirQuestão 2
2=o relação entre o utilatarismo e hedonismo porque o utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista .o hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer.
Nome: Kaya Tamie Nagahashi
ResponderExcluirQuestão 2: O utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista, lembrando ser esta uma visão apenas teórica. O hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
Nome: Leiene Bonifácio dos Santos
ResponderExcluirO utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver bem em sociedade alcançando a felicidade coletivista,o hedonismo trata de uma maneira singular para proporcionar o prazer, e se possível, continuamente.
Ana Luisa da Silva n°05
ResponderExcluir2//a relação entre o ulitararismo e o hedonismo pois o utilitarismo aponta para uma necessidade moral para se conseguir viver de um jeito bom na sociedade chegando a felicidade coletivista. o hedonismo trata de uma maneira singular para oferecer o prazer
Nome:Daniel Rodrigues filho
ResponderExcluir1A
Resposta:o utilitarismo aponta uma necessidade para conseguir viver