segunda-feira, 25 de maio de 2020


Platão – Um Alicerce da Filosofia Ocidental

Quem foi Platão?
Platão (427-347 a.C.) era ateniense e provinha de uma antiga família pertencente à nobreza da cidade. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas, devido a sua constituição física, recebeu o apelido de Platão, palavra grega que significa “de ombros largos”.
Foi discípulo de Sócrates, a quem considerava o mais sábio e o mais justo dos homens. Depois da morte de seu mestre, Platão empreendeu inúmeras viagens, período em que ampliou seus horizontes culturais e amadureceu suas reflexões filosóficas. Por volta de 387 a.C. retornou a Atenas, onde fundou sua própria escola filosófica, a Academia, nos jardins construídos por seu amigo Academus.

Dualismo platônico
Em sua doutrina, conhecida como teoria das ideias, Platão propôs uma ideia sobre o ser dualista. Para ele, existiriam duas realidades opostas:
                        - Mundo sensível: corresponde à matéria e compõe-se das coisas como as percebemos na vida cotidiana, isto é, pelas sensações, as quais surgem e desaparecem continuamente. Assim, as coisas e fatos do mundo sensível são temporárias, mutáveis e corruptíveis.
                        - Mundo inteligível: corresponde às ideias, que são sempre as mesmas para o intelecto, de tal maneira que nos permitem experimentar a dimensão do eterno, do imutável, do perfeito.
Por exemplo: quando você pensa um círculo ele é sempre é perfeito, pois está no mundo inteligível, mas se você o desenhar, ele terá algumas irregularidades, sendo, portanto, imperfeito, pois está no mundo sensível. O ser (círculo) no mundo inteligível é perfeito, no mundo sensível é imperfeito.
O conhecimento, conforme Platão, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das ideias. Para atingir esse mundo, o ser humano não pode ter apenas “amor às opiniões” (filodoxia); precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia).

O método platônico
O método proposto por Platão para realizar a passagem da opinião ao saber e atingir o conhecimento autêntico (episteme) é a dialética. A dialética consiste basicamente na contraposição de uma opinião à crítica que podemos fazer dela, ou seja, a discussão e a negação de uma tese com o objetivo de purificá-la dos erros e equívocos permitindo chegar às ideias verdadeiras. Por exemplo: Pense na ideia que você tem de felicidade. Será que sua ideia é autêntica, verdadeira ou apenas uma opinião pessoal. Se você se dispor a conversar (dialogar) com alguém sobre esse assunto, possivelmente saíra do diálogo com um conhecimento mais amplo sobre a felicidade, porque o outro irá questionar suas opiniões e o fará avançar a um saber mais verdadeiro.
Platão dizia: “Se eu tenho uma moeda e você tem uma moeda e eu dou a minha moeda a você, você ficará com duas moedas e eu sem nenhuma; por outro lado, se eu tenho uma ideia e você tem uma ideia, e nós compartilhamos nossas ideias, cada um sairá com duas ideias”.

O Mito da Caverna

Platão criou em seus textos várias alegorias para expor suas doutrinas. A mais conhecida é um mito da caverna, o que nos ajuda a entender a evolução no processo do conhecimento.
O mito fala sobre prisioneiros (que desde o nascimento) vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois, seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão chamá-lo de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.

O que Platão quis dizer com o mito
            Platão quis dizer que, para chegar ao conhecimento verdadeiro é preciso sair das opiniões do senso comum, refletir criticamente, e enxergar as coisas na sua essência, como verdadeiramente são. Isso é filosofar.
Os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

Vamos refletir:
1-  Resuma, em forma de tópicos, quem foi Platão.
2- Descreva as duas realidades do ser propostas por Platão.
3- Como se chamava o método utilizado por Platão? Explique resumidamente.
4- Como se chama a alegoria mais famosa de Platão? Resuma em poucas palavras.
5- O que Platão pretendia dizer com a alegoria do mito da caverna? Sintetize.

REFERÊNCIAS:
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Atual, 2002.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. 4ªed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Imagem 1: Disponível em: https://beduka.com/blog/materias/filosofia/principais-ideias-platao/ acessado em 25/05/2020 às 19h25
Imagem 3: Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/484277766167237073/  acessado em 25/05/2020 às 19h40





2 comentários:

  1. Guilherme Ramos Placido questão 1 Quais são as principais ideias de platao
    Resposta envolve a defesa da teoria de um mundo das ideias onde estão os exemplares perfeito e completos de tudo o que percebemos pelos sentidos

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  2. Ana Manuela-1°A-Questão 4- resposta
    -o mito da caverna. E fala sobre uns prisioneiros que viviam em uma caverna olhando pra parede e ao viam sombras retratadas por estátuas, e se um deles saírem da caverna e visse o mundo do jeito que é e ao voltar a caverna e contar aos outros prisioneiros eles não vão acreditar pois eles só vêem a realidade da caverna
    E Platão quis dizer com essa alegoria que temos que sair das opiniões do senso comum para chegar ao verdadeiro conhecimento e enxergar as coisas na sua essencia

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