quarta-feira, 4 de maio de 2022

AS CONTRADIÇÕES DA CIVILIZAÇÃO.

 AS CONTRADICÕES DA CIVILIZAÇÃO.

Você já observou que em nosso dia a dia nos deparamos com uma série de contradições no exercício da cidadania? Que muitas vezes os seus desejos podem parecer indispensáveis, mas, muitas vezes, podem ser superficiais? Para começar este momento e apresentar alguns conceitos importantes, vamos realizar um exercício.

Vamos observar a definição de CIVILIZAÇÃO E BARBARIE são elas:

 CIVILIZAÇÃO: Ato ou efeito de civilizar -se. Conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística, moral e material de uma época, de uma região, de um país ou de uma sociedade.

      BARBÁRIE: Qualidade, condição ou estado de bárbaro; barbarismo, selvageria. Incivilidade, falta de civilidade.

 A TRAGÉDIA GREGA:

A Tragédia grega foi o primeiro gênero teatral que surgiu na Grécia. Depois dela, surge a comédia e a tragicomédia, ambos gêneros menores, segundo os gregos. Isso porque na Tragédia os personagens não eram pessoas comuns, como apareceriam nas comédias.

Além disso, os júris da tragédia envolviam pessoas escolhidas da aristocracia, enquanto na comédia eram pessoas comuns, escolhidas da plateia.

As tragédias eram textos teatrais que apresentavam histórias trágicas e dramáticas derivadas das paixões humanas as quais envolveriam personagens nobres e heroicas: deuses, semideuses e heróis mitológicos. Todas elas possuíam uma característica comum: tensão permanente e o final infeliz e trágico.

Segundo o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) a Tragédia era um gênero maior capaz de transmitir nas pessoas as sensações vividas pelas personagens.

Esse processo, definido por ele como “catarse” (limpeza e purificação), acontecia com o público que assistia à peça como forma de purificação e/ou purgação dos sentimentos.

Em outras palavras, a catarse representava uma descarga de sentimentos e emoções provocados pela tragédia.

            Em resumo: as tragédias gregas estavam relacionadas com a mudança da organização em clãs para a formação da Pólis. As tragédias nesse momento tinham o objetivo de contextualizar a convivência nas cidades, ensinar os homens a serem cidadãos. A tragédia traz dilemas morais e questões éticas. Segundo Jean-Pierre Vernant em seu livro Mito e Tragédia na Grécia Antiga, a tragédia marca uma etapa na formação do homem como sujeito responsável. As tragédias nas encenações teatrais tinham também uma função pedagógica.

            Observamos que as peças teatrais gregas chamadas de tragédia buscavam a apresentar às pessoas dilemas presentes em nossa vida e na história humana. Acredita-se que diante das peças teatrais da tragédia o homem aprendia como ser um sujeito ético, responsável, exercendo assim, uma função pedagógica, ou seja, os homens desenvolviam a noção de comportamento civil.

            Neste sentido o homem civilizado é aquele que estabelece regras para viver em sociedade, que é capaz de frear os seus instintos e desejos em nome de um bem maior, a vida em sociedade, que exige respeito ao outro em sua individualidade e coletividade.

            Entretanto, ao longo da história, é possível observar diversos atos humanos disfarçados de civilizados, que podem ser considerados bárbaros. Alguns exemplos:

- Guerras

- Escravização

- Exploração

- Domínio de outros povos.

            Sobre este assunto, alguns filósofos contemporâneos dedicaram especial reflexão. Os filósofos da ESCOLA DE FRANKFURT, porém antes é preciso compreender alguns conceitos, são eles:

 MODERNIDADE:

Do ponto de vista filosófico, “modernidade” é à consolidação de uma sociedade que não se vale mais da Religião como sistema de organização social. O conhecimento científico e a racionalidade renascentistas vai de forma crescente abalando a sociedade tradicional.

O século XVIII é decisivo. O Iluminsimo, aliado às transformações sociais, abalam a Monarquia a Religião. Na passagem do século XVIII para o XIX, as estruturas sociais da Europa são reconfiguradas, os discursos de validação de comportamento não se referem mais à tradição.

A organização social é pensada por especialistas. Vamos a uma exemplificação bem na moda hoje: se o indivíduo sente alguma dor, ele deve ir ao médico. Antigamente, se o indivíduo sentia alguma dor, ele deveria consultar o xamã, o pajé, o padre etc.

Uma das consequências mais evidentes refere-se à indeterminação que a Modernidade provoca nos indivíduos. Se o passado não é mais capaz de fornecer formas de comportamento que deem segurança ao indivíduo, ele deve forjar novos valores.

Contudo, ao se destruir o passado, a possibilidade de criação abre várias perspectivas, e nenhuma é capaz de oferecer garantia de sucesso. Um exemplo claro pode ser percebido em relação ao papel da mulher. O começo do século XX viu nascer movimentos sociais que exigiam participação política ampla.

Em suma, a Modernidade traz uma sensação de angústia constante, pois o indivíduo é confrontado com possibilidades de escolha de novas alternativas sem que saiba qual será o resultado dessas novas formas de viver.

Some-se a isso o desenvolvimento do Capitalismo que, ao introduzir um novo valor, a acumulação do Capital, provoca a erosão dos valores tradicionais. Nas sociedades da Antiguidade Clássica, a lealdade, a honestidade e a coragem eram virtudes valorizadas, pois estavam associadas ao ideal guerreiro.

Nas sociedades capitalistas, o dinheiro surge como bem supremo diante do qual os outros valores devem ser sacrificados. Duas consequências derivam-se dessas condições:

  • Sensação de Angústia de um sujeito em crise;
  • Fragmentação do eu, em virtude de se ver dividido entre valores humanos e valores econômicos.

PÓS MODERNIDADE: 

As características da pós-modernidade podem ser resumidas em alguns pontos: inclinação a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências das metanarrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada vez menor através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um mundo virtual, imagem, som e texto em uma velocidade instantânea

 

A ESCOLA DE FRANKFURT:

            É diante do contexto, do início da chamada pós-modernidade, que os filósofos da chamada Escola de Frankfurt irão construir sua filosofia e reflexões sobre o mundo.

            A Escola de Frankfurt é assim chamada por compor um grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, fundado na década de 1920. Entre os seus membros destacaram-se: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Jürgen Habermas, Herbert Marcuse, Walter Benjamin. Os conhecimentos produzidos por esta escola ficaram conhecidos como teoria crítica.

            A reflexão, construída por esses filósofos, estavam voltadas para chamada sociedade de massa (termo que caracteriza a sociedade atual). A crítica realizada por eles está em observar e apontar que os avanços tecnológicos, foram colocados à serviço da lógica capitalista, ao mesmo tempo que o consumo e diversão passaram a ser promovidos como formas de garantir apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.

            A crítica realizada, em especial pelos filósofos Max Horkheimer e Theodoro Adorno, é de apontar a o fracasso do projeto da modernidade, o projeto iluminista. Segundo eles a razão iluminista tinha como proposta a emancipação (liberdade) do indivíduo e o progresso social, porém terminou por levar a uma crescente dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial.

            Na obra Dialética do Esclarecimento, escrita por Adorno e Horkheimer, os autores realizam duras críticas ao Iluminismo, que estimulou o desenvolvimento de uma razão controladora e instrumental (domínio da natureza e do próprio homem), predominante da sociedade contemporânea. Denunciam também a deturpação (desfigurada, deformada) dos indivíduos ao sistema social dominante e desencantamento do mundo

            Em resumo a denúncia realizada por esses filósofos é a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Assinalam ainda para desesperança de transformação desta realidade social, com a falta de consciência revolucionária, causada pela alienação da consciência das pessoas, por meio da indústria cultural.

CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE – A DICOTOMIA EXISTENTE NAS RELAÇÕES HUMANAS

Você já parou para pensar que a definição do bárbaro é feita pelo civilizado? Nesse sentido, a relação passa de oposição para complementariedade. Podemos afirmar que esta narração se dá sempre na relação do discurso do dominante sobre o dominado, do colonizador sobre o colonizado etc. Em todos os campos bipolares um depende do outro para elaborar os seus discursos.

Há, nas relações humanas, a dicotomia existente entre as posições existentes, que são necessárias, tais como: Esquerda e Direita, Pobres e Ricos, Civilizados e Bárbaros, essas relações são necessárias para revelar as posições sociais, e as mudanças nas estruturas sociais, ao longo da história.

Para complementar a ideias da relação existente entre Civilizados e Bárbaros, assista ao vídeo de uma palestra do Profº Leandro Karnal que fala da relação entre Civilização e Barbárie

O vídeo está disponível no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=jpnQbYcwt8c

Observação: O professor faz algumas menções em sua palestra, que podem ser complementadas em alguns filmes. Caso você tenha tempo, assista-os:

- O poço (disponível no Netflix)

- Ensaio sobre a cegueira.

Ambos os filmes expõem os seres humanos a situações extremas, fazendo com estas pessoas tomem atitudes que revelam quem elas realmente são.

CONCLUINDO:

·         A civilização requer o controle dos nossos impulsos, emoções.

·         Barbárie são atitudes que estão ligadas a falta de civilização, a selvagerias.

·         Entretanto, diante de uma situação civilizada, observamos que há várias ações de barbárie;

·         A modernidade tem em sua essência justamente a construção de uma sociedade civilizada, pautada na razão humana, a partir dos ideais trazidos pelo Iluminismo.

·         A pós-modernidade caracteriza a sociedade em que vivemos, onde tudo é muito efêmero (passageiro) ligeiro.

·         A Escola de Frankfurt aponta os problemas dos projetos da modernidade, e que, o projeto pautado na razão humana, fracassou.

·         Civilizados e Bárbaros representa uma das formas da dicotomia existentes na sociedade, necessárias para afirmação de um grupo em relação a outros e promover, muitas vezes as transformações sociais

Como então responder a nossa questão problema: Como meus desejos podem ser compatibilizados com a cidadania? Observamos que é importante que tenhamos uma opinião, preferencialmente construída a partir de uma reflexão profunda sobre as nossas relações, mas não devemos infringir a lei. Sendo assim, os desejos precisam respeitar certos limites, precisam ser controlados. No entanto, vemos que muitos cidadãos não respeitam esses limites e praticam violências, com frequência, o que é inaceitável. Mas, o mais preocupante está no fato de não nos espantarmos mais com isso. No fato de termos banalizado certas violências.

·         - O que você pensa sobre isso?

·         - O que você pensa sobre as contradições da civilização?

HISTÓRIA DA FILOSOFIA - A FILOSOFIA E SEUS PERÍODOS HISTÓRICOS.

 

HISTÓRIA DA FILOSOFIA:

A FILOSOFIA ESTÁ NA HISTÓRIA: a Filosofia manifesta e exprime os problemas e as questões que, de cada época, e de uma determinada uma sociedade.

A Filosofia procura enfrentar e refletir sobre os problemas e questões ocorrente em cada época, oferecendo caminhos, respostas e, sobretudo, propondo novas perguntas, num diálogo permanente com a sociedade e a cultura de seu tempo, do qual ela faz parte.

·         Assim, a filosofia procura entender, refletir e responder as perguntas de cada época, levando em conta a sociedade e a cultura de seu tempo.

A FILOSOFIA TEM UMA HISTÓRIA: As respostas, as soluções e as novas perguntas que os filósofos de uma época oferecem tornam-se saberes adquiridos que outros filósofos prosseguem ou, tornam-se novos problemas que outros filósofos tentam resolver, seja aproveitando o passado filosófico, seja criticando-o e refutando-o. Além disso, as transformações nos modos de conhecer podem ampliar os campos de investigação da Filosofia.

·         Cada filósofo, em seu tempo, dá sua contribuição as questões de sua época desenvolvendo o conhecimento e, assim, a Filosofia vai construindo a sua história, de acordo com o material teórico oferecido por cada filósofo em seu tempo.

Neste sentido, desde o início da história humana fazemos perguntas sobre o mundo e sobre o nosso lugar nele. Para as primeiras sociedades, as respostas para as questões fundamentais eram encontradas na religião: as ações dos deuses explicavam o funcionamento do universo e ofereciam uma estrutura para as civilizações humanas. Entretanto, algumas pessoas, considerando inadequadas as explicações religiosas começaram a buscar respostas pautadas na razão, em lugar da imaginação e da fantasia. Essa mudança marcou o nascimento da Filosofia, na cidade de Mileto, atual Turquia.

·         A filosofia busca o porquê das coisas, tendo como base a racionalidade. Assim, essa busca racional para entender o mundo e as coisas que acontecem em nossa volta, abandonado uma visão religiosas e fantasiosa, marca o início da filosofia na Grécia Antiga, por volta do século VI a. C.

        FILOSOFIA E SEUS PERÍODOS:

            A filosofia tem a sua história dividia em períodos, como maneira de facilitar o seu estudo e de ter com contato com os conteúdos produzido pelos filósofos ao longo da história, que estão em consonância com os acontecimentos históricos da sua época. Com isso, a divisão da história da filosofia, assemelha-se muito com a divisão presente no estudo da história da humanidade.

            Ao estudar a história da filosofia é possível estruturar o conhecimento filosófico produzido dentro do tempo e do espaço, possibilitando a organização das experiências, informações e conhecimentos produzidos.

          Vejamos, então, de maneira sucinta como está dividida a história da filosofia e quais são as características de cada período.

·         História da filosofia Antiga (VI a.C a VI d.C): Está dividida em quatro períodos:

- Pré – Socráticos

- Clássico

- Helenístico

- Greco-Romano

·         História da Filosofia Medieval (VI a XIV): Está dividida em dois períodos:

- Patrística - século I a VII

- Escolástica – VII a XIV

·         História da Filosofia Moderna – XV a XIX

·         História da Filosofia Contemporânea – XIX até os dias atuais.

 

FILOSOFIA ANTIGA: PRÉ SOCRÁTICOS VI a.C a V a.C:  

São considerados os primeiros sábios, filósofos.

Seus questionamentos estavam voltados para a origem do universo e entender sobre o seu funcionamento.

São considerados os filósofos da Physis (natureza). Para eles o logos (razão) passa a ser mais importante do que a mitologia (substituição de uma cosmogonia – criação dos universo a partir dos deuses mitológicos para uma cosmogonia – explicação racional sobre a origem do universo).

Para Tales de Mileto, por exemplo, a água está ligada à vida e seria o fundamento de todas as coisas, o arché (princípio) de tudo.

·         São os primeiros filósofos, chamados de filósofos da physis (natureza) cosmo (ordem), arché (princípio) e logos (razão). Buscavam entender de maneira física e racional o mundo em que viviam, buscando o elemento primeiro, aquele que é responsável por dar origem a todas as coisas, deixando de lado respostas míticas e religiosas. O primeiro a realizar essa forma de questionamento e a respondê-lo, de maneira racional, foi TALES DE MILETO, dando como resposta a água, que estaria ligada a vida e seria o fundamento de todas as coisas.

·         Representantes: TALES DE MILETO, PITAGORAS, ANAXIMENES, ANAXIAMANDRO. DEMÓCRITO, EMPEDÓCLES, HERÁCLITO, PARMENIDES, ENTRE OUTROS.

 

 PERÍODO CLÁSSICO: V a.C a IV a.C

                        O período clássico, é caracterizado pela mudança dos interesses dos pensamentos e da construção do conhecimento dos filósofos. Reduzindo-se o interesse na natureza e voltando o seu interesse principal no ser humano, especialmente nas relações que estabelecem entre si (a vida política e social) e com o mundo em geral (a construção do conhecimento).

            Neste período há a presença dos Sofista e dos filósofos SOCRÁTES, PLATÃO E ARISTÓTELES.

 OS SOFISTAS E A ORATÓRIA:

Principais pensadores: Górgias de Leontinos (460 a.C A 380 a. C); Protágoras (491 ou 481 a.C)

“O homem é a medida de todas as coisas” Protágoras

- Sofista = Especialista do saber

- Tem como objetivo uma filosofia que cause influência no presente, e no cotidiano da vida na cidade.

- Os sofistas deslocaram o pensamento filosófico da physis (natureza) para aquilo que está ligado a vida do homem como membro da sociedade e, portanto, concentrando seus interesses sobre a ética, política, retórica, arte, língua, religião e a educação, isto é, sobre aquilo que hoje chamamos de cultura do homem, iniciando assim um período humanista na filosofia.

 - O verdadeiro cidadão se formará por meio da educação.

 - Foram criticados por Sócrates e Platão, estes defendiam que os sofistas criavam um conhecimento enganoso, ilusório, e não buscavam pela verdadeira filosofia que leva ao autodomínio, o conhecimento verdadeiro e a felicidade.

 

SÓCRATES: 470 a 399 a.C “ Conhece-te a ti mesmo”

- Filosofia centrada no ser humano.

- Opôs-se aos sofistas e aos poderosos de seu tempo, por isso, foi acusado de não crer nos deuses da cidade e corromper a juventude, sendo assim, condenado a morte.

- Para Sócrates o homem é a sua alma (Psyché), ou seja, a interioridade presente em cada homem. Assim, ser homem é viver em conformidade com as orientações da alma.

- A filosofia socrática então, está voltada para a educação da alma, sabendo controlar suas emoções e suas paixões.

- A tarefa do educador é ensinar o homem cuidar da alma.

MÉTODO SOCRÁTICO OU MAIÊUTICO: “ Só sei que nada sei” Reconhecer a própria ignorância é o ponto de partida para é a procura do saber

- Ingadação: O convite para discussão de algum assunto

- Exortação: Questões relativas a esse assunto

-Ironia: Pontos divergentes das respostas encontradas pelos questionamentos

- Maiêutica: “Parir” o novo conhecimento.

- O método socrático suscita no interlocutor o desejo de saber e buscar auxiliá-lo a realizar essa tarefa, assim o diálogo é entendido como o caminho da cura da alma.


PLATÃO 427 A 347 a.C :

 - Discípulo de Sócrates.

- Mundo das ideias: Mundo sensível (imperfeito) é uma cópia do mundo inteligível (mundo perfeito).

- Mito da Caverna

- Conhecimento é uma reminiscência da alma – Inatismo (Já nascemos com o conhecimento e lembramos deles à medida que somos expostos a determinadas experiências)

 

ARISTÓTELES (384 a 322 a.C):

- Discípulo de Platão

- Desempenhou um papel importante na organização do saber grego.

- As quatro causas do ser: Material, Formal, Eficiente, Final.

 - Ética: equilíbrio e felicidade (eudaimonica)

 

PERÍODO HELENÍSTICO:

 Com a conquista da Grécia pelos macedônicos (322 a.C) teve início o período helenístico. Devido à expansão militar do império macedônico, o período helenístico, caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura de outros povos orientais conquistados.

            O período helenístico caracteriza-se por tratar a intimidade e da vida pessoal e interior do ser humano. Formula-se então diversos modelos de conduta, arte de viver, filosofias de vida.

Principais corretes e pensadores:

Epicurismo – Epicuro (341 a 271 a.C)

Estoicismo – Zenão de Cício (336 a 263 a.C)

Pirronismo ou Ceticismo – Pirro de Élida (365 a 275 a.C)

Cinismo – Diógenes de Sinope (413 a 327 a.C)

 

PERÍODO GRECO ROMANO:

            Corresponde, em termos históricos, à fase de expansão militar de Roma (desde as guerras Púnicas, iniciadas em 264 a.C até a decadência do Império Romana no ocidente, em fins do século V d.C).

            Trata-se de um período longo em anos, mas pouco notável no que diz respeito a originalidade das ideias filosóficas.

            A atividade reflexiva esteve mais voltada à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas da Grécia Clássica, principalmente do que à de criar novos caminhos para filosofia.

            Entre os principais pensadores desse período destacaram-se Cícero (106-43 a.C), Sêneca (4 a.C a 65), representante do estoicismo romano, Plutarco (46 a 122) e Plotino (205 a 207) maior expoente do neoplantonismo.

            As principais características deste período foi difusão e consolidação do cristianismo, pela Igreja Católica, atuando na dissolução da força da filosofia grega clássica, que passou a ser qualificada como pagã.

 

FILOSOFIA MEDIEVAL V a XV

            Expansão e predomínio do cristianismo, que buscou investigar como a consciência religiosa (cristã) relacionou-se com a consciência racional (filosófica).

            Neste período toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contraria as verdades estabelecidas pela fé católica. Em outras palavras, os filósofos não precisavam mais dedicar à busca da verdade, pois ela já teria sido revelada por Deus, aos seres humanos. Restava-lhes apenas demonstrar racionalmente as verdades da fé.

           

PATRÍSTICA: Compostos pelos primeiros padres da Igreja, que se empenharam em elaborar diversos textos sobre a revelação e a fé cristã.

Uma das principais correntes filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais, buscou a conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão. Seu principal pensador foi Agostinho (354 a 430), posteriormente consagrado santo pela Igreja Católica.

 

ESCOLÁSTICA: Período que tem início no século VII, com a criação das primeiras universidades, a partir do século XII, tem grande influência do pensamento de Aristóteles. O período escolástico buscou uma conciliação entre Fé e Razão. O principal pensador deste período Santo Tomás de Aquino (1226 a 1274).

 

FILOSOFIA MODERNO XV A XVII

Nessa época, o teocentrismo (Deus é o centro) começa a ficar para trás. Um espírito de renascimento intelectual e artístico floresceu na Europa. Nesse período de inovação e descoberta, surgiu uma nova raiz de pensadores que contestou as ideias medievais sobre a ordenação do Universo e a sociedade. Ocorre um crescente humanismo e a ascensão da ciência.

            A Igreja Católica perdeu a hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem frente às superstições religiosas.

A principal característica da Filosofia Moderna é a preocupação com o homem racional e livre, com a mudança na política e com a esperança nas ciências empíricas. Existe também a convicção de que a razão humana é capaz de conhecer e dominar a natureza.

            Nunca mais, na história da Filosofia, haverá igual confiança nas capacidades e nos poderes da razão humana como houve no Grande Racionalismo Moderno.

Os principais pensadores desse período foram: Maquiavel, Hobbes, Galileu, Descartes, Locke, Rousseau, Kant.

 

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA :(DO SÉCULO XIX ATÉ OS NOSSOS DIAS)

A idade contemporânea caracteriza-se, sobretudo pela crise da razão. Conforme a mudança tecnológica se acelerava e a fé na razão diminuía, o pensamento tomaria uma nova direção.

No início da modernidade houve a ideia de progresso, isto é, de que os seres humanos, as sociedades, as ciências, as artes e as técnicas melhorariam com o passar do tempo, acumulariam conhecimento e práticas, aperfeiçoando-se cada vez mais, de modo que o presente é melhor e superior, se comparado ao passado, e o futuro será melhor e superior, se comparado ao presente. É o chamado Positivismo.

No século XIX, entusiasmada com as ciências e as técnicas, a Filosofia afirmava a confiança plena e total no saber científico e na tecnologia para dominar e controlar a Natureza, a sociedade e os indivíduos.

No entanto, no século XX, os filósofos passaram a desconfiar do otimismo científico-tecnológico do século anterior ao observarem vários acontecimentos: as duas guerras mundiais, a bomba atômica, os campos de concentração nazistas, a devastação de mares, florestas e terras, o aumento de distúrbios e sofrimentos mentais, etc.

A grande questão da Filosofia Contemporânea é a crescente desumanização gerada pela sociedade atual.

Principais pensadores contemporâneos:  Augusto Comte, Karl Marx, Nietzsche, Theodor Adorno, Jean-Paul Sartre, Michel Foucault.

sábado, 12 de março de 2022

AS GRANDES ÁREAS DA FILOSOFIA

 



FONTE: COTRIM, Gilberto, FERNANDES, Mirna. Fundamento da filosofia. 4ªEd. São Paulo: Saraiva, 2016, (pag. 88-89)



FILOSOFIA E SUAS ORIGENS

 

Filosofia e suas origens.

A filosofia, como a entendemos hoje, teve seu início no século VI a.C., na Grécia Antiga. Tales de Mileto foi considerado o primeiro filósofo.


                       

VII  VI V IV III II I  0 I II III IV V VI VII VIII IX

                                                     a.C                     d.C

 

                                       INÍCIO

                     DO PENSAMENTO FILOSÓFICO

A filosofia é observada como uma ação de refletir sobre tudo, é uma investigação curiosa para descobrir a verdade das coisas. Portanto, a filosofia surgiu com o primeiro homem racional, ou seja, o primeiro ser humanos que se propôs a refletir sobre a sua realidade.

A filosofia, como a entendemos hoje, tem seu início no século VI a.C na Grécia Antiga. Poderia ter surgido em qualquer lugar, mas naquele momento da história, diversos fatos contribuíram para que seu início ocorresse na Grécia.

Os fatores que levaram ao nascimento da filosofia na Grécia durante o século VI a.C:

- A Grécia Antiga vivia um momento de auge de sua cultura.

- O comércio com outros povos trouxe a possibilidade de outras formas de conhecimento e compreensão sobre a realidade.

- A produção artística era muito ativa.

Entretanto, naquele momento iniciou-se uma nova tentativa de responder os questionamentos sobre a existência. Se, para alguns, as narrações fantásticas da mitologia serviam para explicar o mundo, suas catástrofes, seu clima, sua organização, sua origem; outras pessoas começaram a procurar respostas fora dos mitos.                                                 

Como é possível definir a filosofia?

 A filosofia pode ser definida como o estudo da construção do pensamento e da ação humana no Ocidente.

O primeiro filósofo

Tales de Mileto (624-5 a 556-8 a.C.) é considerado o primeiro filósofo. Os fragmentos que restaram de seus escritos nos mostram a tentativa dele em explicar sobre o que forma o mundo. Para ele, existe um elemento material que forma todas as coisas, a água.

Podemos encontrar água em todos os locais. Ao furar o solo, se nos cortamos, dentro do tronco das árvores, nas rochas das nascentes dos rios. Se a água está em tudo, é porque ela forma tudo. Esta maneira de explicar o mundo, usando a razão, é que irá diferenciar a filosofia da mitologia.

A palavra filosofia

A palavra filosofia tem sua origem na junção de duas palavras gregas

Filo + Sofia

Filo = Amizade, amigo

Sofia = Sabedoria

Assim, filosofia significa amigo da sabedoria, ter amor pela sabedoria.

 

O termo filósofo

Embora Tales seja considerado o primeiro filósofo ele nunca se chamou desta forma. A palavra “filósofo” apareceu anos mais tarde, com um homem chamado Pitágoras (570-1 – 496-7 a.C.). Ele é famoso hoje pelo teorema matemático que leva o seu nome, é que se considerou um “amigo da sabedoria”. Para ele a essência de todas as coisas, não era a água como defendia Tales, mas sim os números.

 

O Símbolo da filosofia

            Athena, deusa grega da sabedoria, tem seu equivalente romano na deusa Minerva. Elas vêm associadas à imagem da coruja. Os traços que distinguem a coruja são o fato de ela levantar voo ao anoitecer, ter uma visão privilegiada e ampliada, capaz de guiar-se no meio das trevas. A coruja tornou-se símbolo da filosofia, que busca entender o mundo também nos momentos de maior obscuridade. Quando o filósofo Hegel (1770 -1831) afirma que: “A Coruja de Minerva levanta voo somente ao entardecer”, ele estava fazendo uma forte referência ao papel da filosofia, que reflete no final do dia, recolhendo o vivido e lançando um apurado olhar sobre as experiências humanas.

            Assim, o símbolo da filosofia é a Coruja, sua associação à sabedoria e a filosofia está relacionada a sua busca constante para superar a ignorância, em direção à luz do saber.

            É interessante recordar que Athena é irmã de Apolo (Sol), que simbolizava a luz, a reflexão, o conhecimento racional. Assim, a imagem associada à coruja faz menção à vigilância, ao olhar brilhante que tudo discerne. Isso explica, inclusive, porque a coruja vem associada ao conhecimento, à ciência, das coisas ocultas, ou ao dom da clarividência.

 O que vou aprender em filosofia?

- Filosofia como objeto de estudo, que compõe um vasto ramo do conhecimento que acompanha o desenvolvimento da Humanidade.

- Aprender a pensar filosoficamente

- Pensar de maneira crítica e sistemática (organizada)

- Ter ideias e poder sustentá-las com argumentos organizados de maneira lógica.

- Enriquecer seu vocabulário.

“Não se pode aprender a Filosofia, mas apenas a filosofar”. Immanuel Kant (1724 – 1804)

 

Por que estudar Filosofia?

1º Porque uma lei federal determinou que disciplina filosofia é obrigatória no Ensino Médio

2º Conhecer como os filósofos das várias épocas e escolas abordaram questões relativas ao humano e suas vivências, quais foram as abordagens e sua importância.

3º Procurar por meio dos conhecimentos produzidos pelos filósofos entender e compreender o nosso cotidiano e a nossa realidade.


QUESTÕES PARA REFLEXÃO:


      Quais elementos contribuíram para o surgimento da filosofia na Grécia Antiga?

2-     Qual é o significado da palavra filosofia?

3-    Quem é considerado o primeiro filósofo? Por que ele é considerado o primeiro filósofo?

4-    Quem foi o primeiro pensador a utilizar a palavra filósofo?

5-    Qual é considerado o símbolo da filosofia? Por que?