HISTÓRIA DA FILOSOFIA:
A Filosofia procura enfrentar e refletir
sobre os problemas e questões ocorrente em cada época, oferecendo caminhos,
respostas e, sobretudo, propondo novas perguntas, num diálogo permanente com a
sociedade e a cultura de seu tempo, do qual ela faz parte.
· Assim, a filosofia procura entender, refletir e responder as perguntas de cada época, levando em conta a sociedade e a cultura de seu tempo.
A
FILOSOFIA TEM UMA HISTÓRIA: As respostas, as soluções e as novas
perguntas que os filósofos de uma época oferecem tornam-se saberes adquiridos
que outros filósofos prosseguem ou, tornam-se novos problemas que outros
filósofos tentam resolver, seja aproveitando o passado filosófico, seja
criticando-o e refutando-o. Além disso, as transformações nos modos de conhecer
podem ampliar os campos de investigação da Filosofia.
· Cada filósofo, em seu tempo, dá sua contribuição as questões de sua época desenvolvendo o conhecimento e, assim, a Filosofia vai construindo a sua história, de acordo com o material teórico oferecido por cada filósofo em seu tempo.
Neste sentido, desde o início da história humana fazemos perguntas sobre o mundo
e sobre o nosso lugar nele. Para as primeiras sociedades, as respostas para as
questões fundamentais eram encontradas na religião: as ações dos deuses explicavam
o funcionamento do universo e ofereciam uma estrutura para as civilizações
humanas. Entretanto, algumas
pessoas, considerando inadequadas as explicações religiosas começaram a buscar
respostas pautadas na razão, em lugar da imaginação e da fantasia. Essa mudança
marcou o nascimento da Filosofia, na cidade de Mileto, atual Turquia.
· A filosofia busca o porquê das coisas, tendo como base a racionalidade. Assim, essa busca racional para entender o mundo e as coisas que acontecem em nossa volta, abandonado uma visão religiosas e fantasiosa, marca o início da filosofia na Grécia Antiga, por volta do século VI a. C.
FILOSOFIA E SEUS PERÍODOS:
Ao estudar a história da filosofia é possível estruturar o conhecimento filosófico produzido dentro do tempo e do espaço, possibilitando a organização das experiências, informações e conhecimentos produzidos.
Vejamos, então, de maneira sucinta como está dividida a história da filosofia e quais são as características de cada período.
·
História da filosofia Antiga (VI a.C a
VI d.C): Está dividida em quatro períodos:
- Pré – Socráticos
- Clássico
- Helenístico
- Greco-Romano
·
História da Filosofia Medieval (VI a
XIV): Está dividida em dois períodos:
-
Patrística - século I a VII
- Escolástica – VII a XIV
·
História da Filosofia Moderna – XV a XIX
·
História da Filosofia Contemporânea –
XIX até os dias atuais.
São considerados os primeiros sábios,
filósofos.
Seus questionamentos estavam voltados
para a origem do universo e entender sobre o seu funcionamento.
São considerados os filósofos da Physis
(natureza). Para eles o logos (razão) passa a ser mais
importante do que a mitologia (substituição de uma cosmogonia – criação dos
universo a partir dos deuses mitológicos para uma cosmogonia – explicação
racional sobre a origem do universo).
Para Tales de Mileto, por exemplo, a água está ligada à vida e seria o fundamento de todas as coisas, o arché (princípio) de tudo.
·
São os primeiros filósofos, chamados de
filósofos da physis (natureza) cosmo (ordem), arché (princípio) e logos (razão).
Buscavam entender de maneira física e racional o mundo em que viviam, buscando
o elemento primeiro, aquele que é responsável por dar origem a todas as coisas,
deixando de lado respostas míticas e religiosas. O primeiro a realizar essa
forma de questionamento e a respondê-lo, de maneira racional, foi TALES DE
MILETO, dando como resposta a água, que estaria ligada a vida e seria o
fundamento de todas as coisas.
·
Representantes: TALES DE MILETO,
PITAGORAS, ANAXIMENES, ANAXIAMANDRO. DEMÓCRITO, EMPEDÓCLES, HERÁCLITO,
PARMENIDES, ENTRE OUTROS.
Neste período há a presença dos
Sofista e dos filósofos SOCRÁTES, PLATÃO E ARISTÓTELES.
Principais
pensadores: Górgias de Leontinos (460 a.C A 380 a. C); Protágoras (491 ou 481
a.C)
“O homem é a medida de
todas as coisas” Protágoras
-
Sofista = Especialista do saber
-
Tem como objetivo uma filosofia que cause influência no presente, e no
cotidiano da vida na cidade.
-
Os sofistas deslocaram o pensamento filosófico da physis (natureza) para aquilo que está ligado a vida do homem como
membro da sociedade e, portanto, concentrando seus interesses sobre a ética,
política, retórica, arte, língua, religião e a educação, isto é, sobre aquilo
que hoje chamamos de cultura do homem, iniciando assim um período humanista na
filosofia.
- O verdadeiro cidadão se formará por meio da
educação.
- Foram criticados por Sócrates e Platão,
estes defendiam que os sofistas criavam um conhecimento enganoso, ilusório, e
não buscavam pela verdadeira filosofia que leva ao autodomínio, o conhecimento
verdadeiro e a felicidade.
SÓCRATES: 470 a 399 a.C “ Conhece-te a ti mesmo”
-
Filosofia centrada no ser humano.
-
Opôs-se aos sofistas e aos poderosos de seu tempo, por isso, foi acusado de não
crer nos deuses da cidade e corromper a juventude, sendo assim, condenado a
morte.
-
Para Sócrates o homem é a sua alma (Psyché),
ou seja, a interioridade presente em cada homem. Assim, ser homem é viver em
conformidade com as orientações da alma.
-
A filosofia socrática então, está voltada para a educação da alma, sabendo
controlar suas emoções e suas paixões.
-
A tarefa do educador é ensinar o homem cuidar da alma.
MÉTODO
SOCRÁTICO OU MAIÊUTICO:
“ Só sei que nada sei” Reconhecer a própria ignorância é o ponto de partida
para é a procura do saber
-
Ingadação: O convite para discussão de algum assunto
-
Exortação: Questões relativas a esse assunto
-Ironia:
Pontos divergentes das respostas encontradas pelos questionamentos
-
Maiêutica: “Parir” o novo conhecimento.
- O método socrático suscita no interlocutor o desejo de saber e buscar auxiliá-lo a realizar essa tarefa, assim o diálogo é entendido como o caminho da cura da alma.
PLATÃO 427 A 347 a.C :
- Discípulo de Sócrates.
-
Mundo das ideias: Mundo sensível (imperfeito) é uma cópia do mundo inteligível
(mundo perfeito).
-
Mito da Caverna
-
Conhecimento é uma reminiscência da alma – Inatismo (Já nascemos com o
conhecimento e lembramos deles à medida que somos expostos a determinadas
experiências)
ARISTÓTELES (384 a 322
a.C):
-
Discípulo de Platão
-
Desempenhou um papel importante na organização do saber grego.
-
As quatro causas do ser: Material, Formal, Eficiente, Final.
- Ética: equilíbrio e felicidade (eudaimonica)
Com a conquista da Grécia pelos macedônicos (322
a.C) teve início o período helenístico. Devido à expansão militar do império
macedônico, o período helenístico, caracterizou-se por um processo de interação
entre a cultura grega clássica e a cultura de outros povos orientais
conquistados.
O período helenístico caracteriza-se
por tratar a intimidade e da vida pessoal e interior do ser humano. Formula-se
então diversos modelos de conduta, arte de viver, filosofias de vida.
Principais
corretes e pensadores:
Epicurismo
– Epicuro (341 a 271 a.C)
Estoicismo
– Zenão de Cício (336 a 263 a.C)
Pirronismo
ou Ceticismo – Pirro de Élida (365 a 275 a.C)
Cinismo
– Diógenes de Sinope (413 a 327 a.C)
PERÍODO GRECO ROMANO:
Corresponde,
em termos históricos, à fase de expansão militar de Roma (desde as guerras
Púnicas, iniciadas em 264 a.C até a decadência do Império Romana no ocidente,
em fins do século V d.C).
Trata-se de um período longo em
anos, mas pouco notável no que diz respeito a originalidade das ideias
filosóficas.
A atividade reflexiva esteve mais
voltada à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas
da Grécia Clássica, principalmente do que à de criar novos caminhos para
filosofia.
Entre os principais pensadores desse
período destacaram-se Cícero (106-43 a.C), Sêneca (4 a.C a 65), representante
do estoicismo romano, Plutarco (46 a 122) e Plotino (205 a 207) maior expoente
do neoplantonismo.
As
principais características deste período foi difusão e consolidação do
cristianismo, pela Igreja Católica, atuando na dissolução da força da filosofia
grega clássica, que passou a ser qualificada como pagã.
FILOSOFIA MEDIEVAL V a
XV
Expansão
e predomínio do cristianismo, que buscou investigar como a consciência
religiosa (cristã) relacionou-se com a consciência racional (filosófica).
Neste período toda investigação
filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contraria as verdades
estabelecidas pela fé católica. Em outras palavras, os filósofos não precisavam
mais dedicar à busca da verdade, pois ela já teria sido revelada por Deus, aos
seres humanos. Restava-lhes apenas demonstrar racionalmente as verdades da fé.
PATRÍSTICA:
Compostos pelos
primeiros padres da Igreja, que se empenharam em elaborar diversos textos sobre
a revelação e a fé cristã.
Uma das principais correntes filosofia
patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou munir a fé de
argumentos racionais, buscou a conciliação entre o cristianismo e o pensamento
pagão. Seu principal pensador foi Agostinho (354 a 430), posteriormente
consagrado santo pela Igreja Católica.
ESCOLÁSTICA:
Período que tem início
no século VII, com a criação das primeiras universidades, a partir do século
XII, tem grande influência do pensamento de Aristóteles. O período escolástico
buscou uma conciliação entre Fé e Razão. O principal pensador deste período
Santo Tomás de Aquino (1226 a 1274).
FILOSOFIA MODERNO XV A
XVII
Nessa época, o teocentrismo (Deus é o
centro) começa a ficar para trás. Um espírito de renascimento
intelectual e artístico floresceu na Europa. Nesse período de inovação e
descoberta, surgiu uma nova raiz de pensadores que contestou as ideias
medievais sobre a ordenação do Universo e a sociedade. Ocorre um crescente
humanismo e a ascensão da ciência.
A Igreja Católica perdeu a hegemonia
para o protestantismo e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem
frente às superstições religiosas.
A principal característica da Filosofia
Moderna é a preocupação com o homem racional e livre, com a mudança na
política e com a esperança nas ciências empíricas. Existe também a
convicção de que a razão humana é capaz de conhecer e dominar a natureza.
Nunca mais, na história da
Filosofia, haverá igual confiança nas capacidades e nos poderes da razão humana
como houve no Grande Racionalismo Moderno.
Os principais pensadores desse período
foram: Maquiavel, Hobbes, Galileu, Descartes, Locke, Rousseau, Kant.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA :(DO
SÉCULO XIX ATÉ OS NOSSOS DIAS)
A idade contemporânea caracteriza-se,
sobretudo pela crise da razão. Conforme a mudança tecnológica se
acelerava e a fé na razão diminuía, o pensamento tomaria uma nova direção.
No início da modernidade houve a ideia
de progresso, isto é, de que os seres humanos, as sociedades, as
ciências, as artes e as técnicas melhorariam com o passar do tempo, acumulariam
conhecimento e práticas, aperfeiçoando-se cada vez mais, de modo que o
presente é melhor e superior, se comparado ao passado, e o futuro será melhor e
superior, se comparado ao presente. É o chamado Positivismo.
No século XIX, entusiasmada com as
ciências e as técnicas, a Filosofia afirmava a confiança plena e total no saber
científico e na tecnologia para dominar e controlar a Natureza, a sociedade e os
indivíduos.
No entanto, no século XX, os filósofos
passaram a desconfiar do otimismo científico-tecnológico do século anterior ao
observarem vários acontecimentos: as duas guerras mundiais, a bomba atômica, os
campos de concentração nazistas, a devastação de mares, florestas e terras, o
aumento de distúrbios e sofrimentos mentais, etc.
A grande questão da Filosofia
Contemporânea é a crescente desumanização gerada pela sociedade atual.
Principais pensadores contemporâneos: Augusto Comte, Karl Marx, Nietzsche, Theodor
Adorno, Jean-Paul Sartre, Michel Foucault.
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